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Fraldas para adultos: o fim do tabu e o crescimento de um mercado em expansão

O envelhecimento populacional e a mudança na percepção social estão impulsionando a demanda por fraldas geriátricas, abrindo espaço para inovação, inclusão e novos hábitos de consumo

Durante décadas, o uso de fraldas para adultos foi cercado por estigmas e silêncios. Associadas exclusivamente à fragilidade ou à perda de autonomia, as fraldas geriátricas enfrentaram uma resistência cultural significativa, tanto por parte dos usuários quanto de suas famílias. No entanto, essa realidade está mudando rapidamente. O mercado global de fraldas para adultos cresce de forma constante, impulsionado por fatores demográficos, sociais e tecnológicos – e o Brasil é parte dessa transformação.

Segundo projeções do IBGE, com dados do Censo Demográfico 2022, cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos em 2070. Esse envelhecimento da população cria uma demanda natural por produtos que atendam às necessidades de conforto, praticidade e dignidade no cuidado com a incontinência urinária, condição que afeta cerca de 10 milhões de brasileiros, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

Mais do que atender a uma condição médica, o uso de fraldas adultas começa a ser visto sob uma ótica de bem-estar e qualidade de vida. O consumidor idoso, e também aquele que cuida de um ente querido, busca cada vez mais por produtos que sejam discretos, ergonômicos, com alta capacidade de absorção e que respeitem a anatomia do corpo adulto. Nesse sentido, o design dos produtos tem evoluído significativamente, com tecidos mais respiráveis, ajustes mais firmes e materiais que evitam irritações.

Outro fator relevante é o surgimento de novos perfis de consumidores. Fraldas para adultos já não se limitam ao público idoso. Pacientes em pós-operatório, pessoas com deficiência, gestantes e até viajantes de longa distância têm adotado o produto por motivos diversos. Esse comportamento contribui para ampliar o escopo de inovação e personalização das marcas.

Ao mesmo tempo, ações de comunicação mais empáticas e campanhas de conscientização têm ajudado a reduzir o constrangimento em torno do tema. O debate sobre saúde íntima e envelhecimento ativo ganha espaço nas mídias sociais, e o acesso a informações sobre incontinência urinária, por exemplo, deixa de ser um tabu familiar.

O mercado, por sua vez, acompanha essa virada com investimentos em novas linhas, embalagens mais acessíveis, distribuição ampliada em farmácias e supermercados, e desenvolvimento de tecnologias que unem conforto, desempenho e sustentabilidade.

Neste novo cenário, falar de fraldas adultas é também falar de liberdade, autonomia e inclusão. Quanto menos tabu, mais cuidado. E quanto mais inovação, mais dignidade para todas as fases da vida.

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