P&G reporta leve crescimento orgânico no 3º trimestre fiscal, com lucro líquido de US$ 3,8 bilhões
Empresa segue confiante na força de suas marcas e mercados, mesmo diante de um cenário desafiador

A Procter & Gamble divulgou seus resultados financeiros referentes ao terceiro trimestre do ano fiscal de 2025, encerrado em março. A companhia reportou vendas líquidas de US$ 19,8 bilhões, o que representa uma queda de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar disso, as vendas orgânicas – que desconsideram os efeitos de câmbio, aquisições e desinvestimentos – cresceram 1%, impulsionadas principalmente por aumentos de preços.
O lucro líquido da companhia no trimestre foi de US$ 3,8 bilhões, com um fluxo de caixa operacional de US$ 3,7 bilhões. O lucro diluído e o lucro líquido por ação ajustado foram de US$ 1,54, ambos com crescimento de 1% em relação ao mesmo período do ano fiscal anterior.
A P&G destacou uma produtividade de fluxo de caixa livre ajustado de 75%, calculado como o fluxo de caixa operacional menos os investimentos em capital, em relação ao lucro líquido. No trimestre, a empresa retornou US$ 3,8 bilhões aos acionistas – sendo US$ 2,4 bilhões em dividendos e US$ 1,4 bilhão em recompra de ações. A recente elevação do dividendo marca o 69º ano consecutivo de aumentos e o 135º ano seguido de pagamentos desde a fundação da empresa em 1890.
“Apresentamos um modesto crescimento orgânico de vendas e EPS neste trimestre em um ambiente geopolítico e de consumo desafiador e volátil”, afirmou Jon Moeller, CEO e presidente do Conselho da P&G. “Estamos fazendo ajustes apropriados em nossa perspectiva de curto prazo para refletir as condições subjacentes do mercado e, ao mesmo tempo, permanecemos confiantes nas perspectivas de crescimento de longo prazo de nossas marcas e dos mercados em que competimos”.
CUIDADOS COM BEBÊS, FEMININOS E DA FAMÍLIA
A P&G registrou um leve declínio orgânico de 1% na categoria “Baby, Feminine and Family Care”, que reúne produtos como fraldas descartáveis, absorventes femininos e itens de cuidados domésticos como papel higiênico e toalhas de papel.
Segundo o relatório, a retração foi impulsionada principalmente por queda no volume e maior intensidade promocional em algumas regiões e categorias.
- Fraldas descartáveis: a linha de cuidados com bebês – que inclui marcas como Pampers – apresentou um leve recuo no volume de vendas. A empresa não detalhou a performance por região, mas atribuiu o desempenho à redução no consumo em alguns mercados e à base de comparação elevada de períodos anteriores, especialmente em países emergentes.
- Produtos femininos: a categoria de absorventes – com marcas como Always – se manteve estável no trimestre. Apesar dos ajustes de preço realizados anteriormente, não houve crescimento orgânico expressivo, e o volume permaneceu no mesmo patamar do ano anterior.
- Cuidados da família: a divisão Family Care, responsável por produtos como papel higiênico Charmin e toalhas de papel Bounty, apresentou o desempenho mais fraco dentro do segmento. O recuo foi atribuído à queda de volume e ao impacto de ações promocionais, que pressionaram as margens da categoria.
PROJEÇÕES PARA O ANO FISCAL
Para o ano fiscal de 2025, a P&G projeta que as vendas totais se mantenham estáveis em relação ao ano anterior, enquanto as vendas orgânicas devem crescer cerca de 2%. A empresa revisou sua estimativa de crescimento do lucro líquido diluído por ação, que agora deve variar entre 6% e 8% em relação ao resultado de US$ 6,02 obtido no exercício fiscal de 2024. A expectativa para o lucro por ação ajustado também foi atualizada e deve ficar entre US$ 6,72 e US$ 6,82, o que representa um avanço de 2% a 4% sobre o core EPS do ano anterior, que foi de US$ 6,59.
Entre os principais desafios previstos estão os impactos negativos de aproximadamente US$ 200 milhões após impostos tanto em razão dos custos de commodities quanto por efeitos cambiais desfavoráveis. Juntas, essas pressões representam uma redução estimada de US$ 0,16 no lucro por ação. A empresa também prevê uma leve pressão adicional sobre o lucro ajustado decorrente da diferença entre receitas e despesas financeiras, além de efeitos não recorrentes positivos no ano anterior com desinvestimentos menores, que não devem se repetir com a mesma intensidade. Esses dois fatores representam juntos uma redução de cerca de US$ 0,04 por ação.
Em relação à carga tributária, a P&G espera que a taxa efetiva ajustada permaneça em linha com o ano fiscal anterior. A companhia estima que os investimentos em capital ficarão entre 4% e 5% das vendas líquidas do exercício e segue projetando uma produtividade ajustada do fluxo de caixa livre em torno de 90%. Por fim, a empresa mantém o compromisso com a remuneração aos acionistas e prevê pagar aproximadamente US$ 10 bilhões em dividendos e recomprar entre US$ 6 bilhões e US$ 7 bilhões em ações ao longo do exercício fiscal.