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Aumento da demanda por fraldas ecológicas impulsiona transformação no setor infantil

Cresce o interesse por fraldas com menos produtos químicos, gerando desafios e novas oportunidades na cadeia de suprimentos

A busca por fraldas descartáveis com menos produtos químicos tem crescido entre os consumidores, impulsionando a expansão do segmento de fraldas ecológicas. De acordo com uma pesquisa realizada em março de 2023 pelo portal What to Expect, 38% das mães entrevistadas afirmaram utilizar fraldas ecológicas ou naturais em vez das tradicionais. O estudo também apontou um aumento de 57% na intenção de compra dessas fraldas em comparação com 2017. 

O movimento reflete uma tendência mais ampla no setor de cuidados pessoais, em que a segurança dos ingredientes se tornou um fator essencial na decisão de compra. Segundo Sarah Ryan, diretora de pesquisa da What to Expect, “a segurança como preocupação principal significa algo diferente em cada categoria. Em algumas, significa perguntar: ‘Tem produtos químicos nocivos?’ Em outras, é: ‘Isso vai me ajudar a manter meu bebê seguro?’”. 

No entanto, a preferência por produtos mais naturais entra em conflito com um dos principais fatores de compra: o preço. A mesma pesquisa indicou que 60% das famílias consideram as fraldas um peso no orçamento. As versões ecológicas tendem a ser mais caras. Enquanto uma fralda tradicional custa cerca de US$ 0,27, opções consideradas “naturais” podem chegar a US$ 0,37 por unidade. 

Apesar disso, o mercado segue em expansão. De acordo com estimativas do setor, a categoria de fraldas naturais cresce a uma taxa duas vezes maior que a do mercado geral. Esse aumento é impulsionado por uma maior consciência ambiental e pela busca por produtos com materiais sustentáveis. 

Atualmente, diferentes marcas de fraldas buscam atender à demanda por ingredientes mais naturais, oferecendo produtos sem corantes, fragrâncias ou cloro, e utilizando materiais alternativos, como bambu e algodão. Essa tendência também levanta desafios para a cadeia de suprimentos, uma vez que materiais como o algodão, apesar de serem uma alternativa mais sustentável, possuem um custo mais elevado e exigem adaptações nos processos de fabricação. 

Um exemplo desse crescimento é a Kudos, marca de fraldas ecológicas que, diante da crescente demanda, expandiu sua distribuição na rede Target nos Estados Unidos. A empresa desenvolveu um forro 100% de algodão para suas fraldas, eliminando o contato do plástico com a pele do bebê. Para acompanhar o aumento da procura, a Kudos precisou ampliar sua capacidade produtiva e realocar sua fabricação para os EUA, buscando reduzir custos logísticos e otimizar a cadeia de suprimentos. Segundo a fundadora Amrita Saigal, a categoria de fraldas naturais cresce a uma taxa duas vezes maior que a do mercado convencional, refletindo o interesse crescente dos consumidores por produtos com menos aditivos químicos. 

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, as fraldas descartáveis estão entre os principais produtos geradores de resíduo plástico, com cerca de 300 mil unidades sendo enviadas para aterros sanitários ou incineradas a cada minuto. Embora nenhuma fralda no mercado seja biodegradável, muitas marcas têm buscado reduzir a quantidade de plástico em sua composição, apresentando alternativas mais sustentáveis. 

Com a evolução da tecnologia e a pressão dos consumidores por produtos mais naturais, espera-se que os custos diminuam e que mais opções sustentáveis estejam disponíveis para os consumidores nos próximos anos. 

Fonte
Modern Retail
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