Quebrando tabus: Kimberly-Clark foca na incontinência urinária e aposta na economia prateada

O perfil de consumidor de fraldas geriátricas passou por uma transformação significativa. De acordo com Ronaldo Art, diretor de marketing e sustentabilidade da Kimberly-Clark no Brasil, a grande maioria das pessoas que usa fraldas para incontinência urinária são mulheres ativas. Estima-se que uma em cada quatro mulheres acima dos 35 anos experimente escapes urinários, sendo que 90% delas continuam a levar uma vida social ativa, frequentando shoppings, restaurantes, cinemas e outros espaços públicos.  

As campanhas lançadas pela empresa têm como objetivo desmistificar a incontinência urinária e incentivar um diálogo mais honesto e sem vergonha sobre o assunto. Embora muitas mulheres enfrentem o problema de forma silenciosa, com 80% delas não discutindo a questão nem com seus médicos, a Kimberly-Clark acredita que a falta de informação e o tabu em torno do tema são um dos principais fatores que dificultam o tratamento adequado. “Fomos buscar essas mulheres porque descobrimos que 80% delas não comentam este assunto com ninguém, nem mesmo com seus ginecologistas”, destacou o executivo em entrevista ao UOL. 

O executivo reforçou que a vergonha associada ao uso de produtos para incontinência pode levar muitas mulheres a mudarem seus hábitos e até a deixarem de sair de casa. Ele explicou que cerca de 60% dessas consumidoras utilizam absorventes comuns como alternativa, o que pode parecer uma solução, mas não é a mais adequada, uma vez que a viscosidade da urina é diferente da menstruação. Como consequência, isso pode gerar desconforto e vazamentos, aumentando o receio e impactando diretamente a qualidade de vida. Nesse contexto, Art enfatizou que a Kimberly-Clark enxerga seu papel para além do fornecimento de produtos, assumindo uma responsabilidade social ao trazer o tema para o debate público e oferecer soluções eficazes para essas mulheres. 

A marca aposta, também, na economia prateada, segmento impulsionado pelo envelhecimento da população. Segundo dados do IBGE citados pelo executivo, em 2020, o número de pessoas com mais de 60 anos ultrapassou o de crianças no Brasil, e essa tendência deve se intensificar até 2050. Ele acrescentou que essa economia pode movimentar cerca de US$ 1 trilhão até 2030, tornando-se um setor de grande impacto. Para Art, independentemente da idade, as pessoas podem ser ativas ou inativas, e é essencial que empresas que trabalham com o cuidado estejam atentas a essa realidade. 

Além de focar no cuidado com a saúde da mulher, a Kimberly-Clark também se compromete a promover a sustentabilidade. “Temos diversas frentes que abordam este assunto e posso dizer que a inovação está no DNA da Kimberly. Estamos pesquisando e inovando em todos os segmentos. Quando falamos de uma fralda, por exemplo, não devemos olhar apenas o descarte e sim todo o processo de produção. Então reduzimos o uso da água em 34%, 90% de nossas embalagens são recicláveis, utilizamos 100% de fibras de celulose certificadas nos produtos, além de termos fábricas e centros de distribuição aterro zero desde 2020, ou seja, 100% dos resíduos gerados são reaproveitados de alguma forma. E temos um time global trabalhando em novidades tecnológicas cada vez mais sustentáveis que vão aparecer em breve”, explicou o diretor. 

A inovação no desenvolvimento de produtos também é uma das frentes prioritárias da Kimberly-Clark. O executivo destacou que a empresa tem investido na criação de soluções mais sustentáveis, que atendem tanto às necessidades dos consumidores quanto aos desafios ambientais. Ele explicou que a companhia enxerga o conceito de cuidado de forma ampla. “A gente define cuidado como uma melhor vida, um melhor uso de recursos naturais em um crescimento sustentável para organizar isso de uma forma tangível. Então dividimos este conceito em quatro frentes: planeta melhor, produtos melhores, comunidade melhor e ambiente de trabalho melhor”, concluiu. 

Com suas marcas Poise e Plenitud, a Kimberly-Clark está, portanto, rompendo tabus, promovendo uma comunicação mais aberta sobre a incontinência urinária e investindo em soluções inovadoras que atendem às demandas do público maduro, ativo e consciente, ao mesmo tempo em que reforça seu compromisso social e ambiental.